sexta-feira, 27 de abril de 2007

Do Jornal O Pescador

Os perigos do sol gaúcho

Rio Grande do Sul tem o segundo maior índice de ocorrência do câncer de pele no país.

Por Aline Reinhardt

Quem vive há muitos anos no Rio Grande do Sul tem sentido como o clima daqui mudou. Não só o calor forte e fora de época tem alarmado, mas também as altas incidências solares têm feito os gaúchos sofrer. Isso acontece porque o sul do Brasil, em especial o extremo sul, está recebendo uma quantidade maior de raios solares do que costumava por estar muito próximo ao buraco da camada de ozônio da Antártida, no Pólo Sul.

A falta de proteção pela camada de ozônio associada à exposição prolongada ao sol e à origem de pele clara da maioria dos gaúchos faz com que o Rio Grande do Sul seja o segundo Estado com maiores índices de ocorrência do câncer de pele no país, ficando atrás apenas do estado de São Paulo. Em 2006, 292 pessoas foram diagnosticadas com câncer de pele, segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Comunidades que precisam se expor muito ao sol, como é o caso das que vivem da agricultura ou da pesca, podem estar mais vulneráveis aos efeitos nocivos da radiação solar, e por isso alguns cuidados são essenciais. Usar chapéu, camiseta, óculos escuros e filtro solar, como hábito diário e durante todo o ano, são medidas que protegem a pele e devem ser tomadas não só nos horários de sol mais forte, mas também em qualquer horário do dia, mesmo com céu nublado. Estar sempre atento a alterações também ajuda na prevenção e na descoberta precoce de algum tumor.

O câncer de pele, quando diagnosticado precocemente, tem grandes chances de ser curado. Por isso, é importante dar atenção a feridas que formam crosta, a famosa “casquinha”, e não curam em menos de duas semanas, ou às feridinhas que somem, mas voltam no mesmo lugar depois de um tempo. Elas são indícios de que um tumor pode estar se formando, e tem grandes chances de se tornar maligno, segundo Maria Bernadete Macedo, médica dermatologista chefe do serviço de dermatologia da Santa Casa de Pelotas. Além de feridas, manchas ou sinais na pele que sejam assimétricos, tenham tamanho grande, bordas e coloração irregular devem ser analisadas o quanto antes por um médico.

Não existe, ainda, um plano específico de prevenção de câncer em comunidades altamente expostas ao sol, como a Z3, mas a rede pública de saúde oferece opções de diagnóstico e tratamento de lesões ou tumores na pele. Para investigar feridas e sinais suspeitos, deve-se procurar o médico no posto de saúde e, conforme o caso, ele encaminhará o paciente para um dermatologista. Outra opção para quem desconfia de alguma ferida ou gostaria de fazer uma revisão é a campanha realizada no Dia Nacional de Combate ao Câncer de Pele, que acontece em dezembro. Há oito anos, os dermatologistas da cidade oferecem, nesse dia, atendimento gratuito à população. Entretanto, é desaconselhável que se perca tempo para investigar uma lesão na pele.

Um comentário:

Andrey disse...

Muito bom o teu blog Aline. Continua com essa fórmula que vau fazer sucesso.