quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Do rodeio

Descobri que uma das coisas que mais me irritam no cotidiano profissional é discutir a relação de trabalho. Não confunda com discutir a relação no trabalho, caso você namore um colega. São aqueles sermõezinhos de pai pra filho, só por que eu gosto de ti e quero te ajudar, que me tiram do sério. Sou bem mais prática, e acho que uma lista de problemas que surgiram/têm aparecido no trabalho do vivente e uma lista de ações da pessoa que foram identificados como causas disso fazem muito mais efeito do que uma hora de conversa com moralzinha e compartilhando "experiências", que na verdade são um esporro disfarçado.

Não sou a favor do chingamento e da falta de respeito com os sentimentos dos outros, não é isso. Porém, na maioria das vezes, ficar dando voltas só faz com que a pessoa cave a própria cova tentando se defender, já que uma DRT (discussão da relação de trabalho) geralmente tem o momento "eu fazia assim quando estava em teu lugar", "eu abria mão disso, ficava naquilo, realizava tal coisa em detrimento de algo". E todos esses algos que supostamente a pessoa perdeu são coisas que tu ainda fazes, e gostas.

Claro, se o objetivo de quem puxa a DRT é destruir a auto-estima do trabalhador, congrats, missão cumprida. Nada melhor do que encher os ouvidos de alguém com uma lenga-lenga manipuladora e cheia de entrelinhas para dar um nó na cabeça e deixar qualquer um mais desconfiado que um esquizofrênico. E é essa intenção velada na conversa cordial sobre o que se fez errado, sem apontar isso diretamente, que me deixa irritada. Se fosse só para melhorar uma tarefa ou o rumo de um projeto, a pessoa diria "isto está errado, corrige, faz de outro jeito". O que precisa de muitas palavras geralmente guarda algo além do que é dito.