segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

De bicicleta

Esse aperto no peito, esse medo do desconhecido, some quando? Minha coragem me acompanha sempre só até um certo ponto. Ela me leva até a beira sempre, me faz falar, me faz fazer, me faz me jogar e decidir pelo instinto sem pensar duas vezes. Mas depois do pontapé inicial, ela fica pra trás me dando tchauzinho como quem ensina uma criança a andar de bicicleta. Tirei as rodinhas há tempo, e a toda oportunidade me proponho a seguir pela rua mesmo sabendo que a coragem largou o guidão daquela ideia faz horas. Eu tento, mas quando é que eu realmente vou aprender a me equilibrar nessa bicicleta?

Vou cambaleando, em zigue zague, louca de medo, porém sem fechar os olhos para não perder o rumo ou a paisagem. Caio, ralo o joelho, o orgulho, o coração. Fico cheia de roxões doloridos e outros machucados que não se pode ver a olho nu. Mas não desisto nunca da minha bicicleta. Um dia eu aprendo, um dia eu descubro o equilíbrio, ou instalo um bagageiro para carregar minha coragem junto em cada projeto novo, em cada aventura nova, por que é impossível para mim pensar em não fazer o novo, sempre. O jeito é aprender a curtir o vento no rosto antes da próxima queda.