quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Da boa intenção - e do Google


Googlear a si mesmo de vez em quando faz bem. Buscando por "Aline Reinhardt" achei umas coisas bem bobas, mas vi que já não são tão numerosas as páginas com meu nome em listão de vestibular - o da Católica nem aparece mais, só alguns da UFRGS e uns poucos da UFPel -, descobri que uma pessoa com o mesmo nome que eu migrou para os Estado Unidos em algum ponto do século XIX e que meu nome aparece numa infinidade de blogs.

O que me irritou nessa autopesquisa foi ver que existe uma alemã [provavelmente, pela língua dos sites que vi] com o mesmo nome que eu. Eu gostava de pensar ser exclusiva. E me irritou mais ver que uma citação minha aparece totalmente distorcida e poderia comprometer minha carreira - pelo menos na cidade - com a interpretação pra lá de exagerada e distorcida que traz. Mas não dá nem pra reclamar, quem mandou não ter lido antes, quando ainda era tempo?

Mas essa desconexão de falas, esse recorte do que eu disse, intercalado por interpretações que eu não gostaria de ver vinculadas, a colagem em desordem dos trechos, tudo isso, me faz refletir ainda mais sobre o que podemos e o que não podemos fazer com o que as pessoas dizem. É complicado fazer uma enunciação de outra pessoa se encaixar no meio de um texto, no meio de uma linha de pensamento que é tua e da qual o enunciador nunca poderá fazer parte, nem que se queira. É complicado também deixar quem falou com vergonha de si mesmo. E mais complicado ainda pensar nas inúmeras vezes que eu, sem querer e na melhor das intenções, posso ter feito isso e em todas as vezes em que ainda virei a fazer.

Tenho boa intenção. Mas ao mesmo tempo sei que de boa intenções o inferno (se o há) está cheio.

Apesar das sutilezas, ainda acho que trabalhar com isso é mais tranqüilo do que lidar com números, ou pior, vísceras. E qualquer calombinho na pele já se enquandra nessa definição.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Da última chance

Eu ando tão sem tesão para fazer tudo... tirar uma folga para fazer esse último semestre de faculdade não está sendo produtivo como eu achei que poderia. Sabe aquelas coisas de "este semestre eu vou ler toda a bibliografia, fazer todos os trabalhos, vou dar um supergás no TCC no primeiro mês e ainda vou emagrecer e parar de roer as unhas"? Pois é, não está dando tão certo assim. Pra falar a verdade, a bibliografia completa das matérias eu já desisti de ler faz tempo, mas o resto eu pretendia cumprir. Mas, de resto, nem meu TCC tá saindo direito. E até mijada eu já levei [mais que merecida].

Agora, por exemplo, eu estou escrevendo aqui ao invés de escrever o que eu tenho de escrever. Me distraio com qualquer bobagem e simplesmente não consigo dominar minha concentração. De dia o telefone toca, o cachorro late, o vizinho grita. De noite não posso fazer barulho se quero tomar um café e eu tenho quase certeza que a superaudição noturna da minha mãe distingüe o som do teclado.

E eu me detesto em gastar energia pensando nessas coisas ao invés de pensar no que interessa de verdade, fazer as coisas da faculdade. E não vai haver um próximo semestre para eu prometer ler tudo ou emagrecer a tempo da formatura. And this freaks me out!, já que não me ocorre nenhuma expressão em português que traduza esse pânico de tudo que eu estou sentindo.