segunda-feira, 23 de junho de 2008

Do que ficou pra trás

Ando preocupada com umas coisas aqui de dentro. Seguido me pego fazendo beicinho ou de cara amarrada sem saber por quê. Antes, eu reclamava por não ter tempo para nada. Agora que eu tenho tempo, com estágio e semestre finalizados, vejo o lado positivo de estar com a mente sempre preocupada. Sem uma obrigação na qual pensar enquanto escovo os dentes ou tomo banho, começo a divagar sobre tudo o que deveria estar bem escondido e só aparecer em sonhos. O tal do subconsciente, sabe.

Refletir sobre mim mesma e meu sentimentos quanto às coisas e às pessoas pode ser um bucado dolorido depois de se passar um ano colocando todo o resto no topo da lista sobre o que pensar. Não tinha me dado conta de quanta coisa ficou mal resolvida neste último ano, de como fui só levando, enquanto os deveres se acumulavam e os prazos expiravam.

Sentimentos parecem não ter prazo. Mas, e se eles têm? Será que eu deixer vencer e perdi minhas chances? Será que já passou tempo demais para eu pensar como realmente me sinto frente a tudo ou ainda dá tempo de dizer algumas coisas e de defender algumas coisas? E o quanto será que minhas opiniões mudaram neste último ano e eu nem vi elas mudarem? Mudar aos pouquinhos, em doses homeopáticas, não dói. Mas, e se eu derrepente me der conta de que mudei, que sou outra, que a Ali que eu visitei no último balanço interno não está mais aqui?

Mudar e fechar etapas. Deixar coisas mal resolvidas para trás. Correr e tentar recuperar o que ficou. Será que essas coisas coexistem? Será que vou conseguir me entender? Será que alguém vai conseguir me entender?

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Do amor - e desamor - às séries

Quando eu comecei a assistir Friends, a Jennifer Aniston já era a Jennifer Aniston e a Courtney Cox já era a Courtney Cox. Elas já existiam, por assim dizer, como personagens de um mundo exterior à série. Claro que nada perto do que a Jennifer é agora em termos de fama internacional. Amo Friends até hoje, mas, mesmo assim, saber o que se passa com os atores fora da série de vez em quando diminui o encantamento. (É como ver The New Adventures of Old Christine. Eu rio e tudo, mas ela sempre será a Elaine do Seinfeld pra mim).

Na minha mais nova série favorita – e mais recente vício televisivo -, The Big Bang Theory, o encantamento está durando. Evito até mesmo ler os nomes dos atores na vinheta de entrada do programa para não misturar as coisas. Gosto, como todo mundo, de me envolver com as personagens, e não saber nada sobre os atores que os interpretam parece me ajudar nisso.

Como posso torcer pelo futuro das personagens sabendo de escândalos que seus intérpretes – seus rostos, vozes e corpos – se meteram? A ilusão diminui, volto minha atenção para o meio e, pronto, minhas risadas já não são tão sinceras.

Esse mundo de faz de conta ainda se mantém porque estou longe do país de origem dessas pessoas e, em certo grau, imune à indústria da fofoca de lá. Para isso, evito alguns sites e canais inclusive. O Vídeo Show, por exemplo, nunca me deixou torcer pelas Helenas das novelas da Globo.

Mas, eu sei, assim que a Ilustrada trouxer uma enorme análise (com infográficos!) da reverberação de algum fato trazido à luz dos flashes da imprensa marrom, BAM!, lá se vai minha torcida pelo desenrolar da história.

Bons tempos do Seinfeld, em que tudo isso não importaria. A vida dos personagens nunca ia a lugar nenhum mesmo, e nem por isso deixavam de ser incríveis. O segredo era nunca evoluírem.